Comportamento

Ao denunciar estupro, influencer diz que foi desacreditada pela polícia

Em entrevista, Franciane Andrade contou que, mesmo com ferimentos graves pelo corpo e visivelmente abalada, não recebeu apoio na delegacia

Por Bruna Nunes 9 dez 2021, 16h07

A influenciadora Franciane Andrade, de 23 anos, que foi vítima de um estupro no Jaguariúna Rodeo Festival, na madrugada de 27 de novembro, concedeu sua primeira entrevista desde que tudo ocorreu, para o programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo. “Fui muito mal recebida na delegacia, desacreditaram da minha palavra, relataram o boletim de ocorrência do jeito que a escrivã queria, não deram apoio nenhum…”, disse a médica veterinária.

Foto de Franciane Andrade falando durante programa com Fátima Bernardes. Ela tem o cabelo castanho liso e comprido, usa um chapéu de boiadeiro bege e uma camiseta marrom claro — *Franciane durante participação no Encontro* TV Globo/Reprodução

O Projeto Justiceiras foi quem prestou apoio à jovem, ajudando-a inclusive na realização do exame toxicológico, que não foi solicitado pela Polícia Civil. Gabriela Manssur, promotora e idealizadora do projeto, disse que a ginecologista que atendeu Francine ficou “impressionada com as lesões sexuais apresentadas por uma menina que foi se divertir numa festa, cuja família estava aguardando ela em casa, e chegou estuprada e drogada”.

De acordo com os exames, Franciane foi dopada com a substância “Boa noite, Cinderela”. Fran disse que foi tratada como culpada até o Instituto Médico Legal confirmar o crime. “Estou em pedaços, tive lesões graves”, lamentou. Manssur disse que colocar qualquer tipo de substância ilegal em bebidas de mulheres que estão se divertindo é um ato de extrema covardia.

A influenciadora também relatou que o apoio da família foi tão importante quanto o respaldo dado pelas Justiceiras: “Graças a Deus meus pais não me condenaram, pelo contrário, me deram todo o apoio que eu precisei. Me levaram para a UPA da região, decidiram buscar ajuda particular quando viram que a polícia não deu atenção e estão comigo o tempo todo”.