O limite da magreza
Eu fui ao São Paulo Fashion Week. Assisti a um desfile lindo: música emocionante, roupas belíssimas, cenário de teatro. Mas, infelizmente, o que mais me chamou a atenção não foi nada disso. Foram as modelos. Ou melhor, a magreza das modelos. Olha que eu acompanhei as semanas de moda de São Paulo por muito tempo, […]
Eu fui ao São Paulo Fashion Week. Assisti a um desfile lindo: música emocionante, roupas belíssimas, cenário de teatro. Mas, infelizmente, o que mais me chamou a atenção não foi nada disso. Foram as modelos. Ou melhor, a magreza das modelos.
Olha que eu acompanhei as semanas de moda de São Paulo por muito tempo, nos bastidores mesmo, cara a cara com as modelos. E nunca, nunca, havia me surpreendido tanto com isso. Na verdade, achei que essa história de modelo magérrima tinha acabado. Depois da morte daquela modelo por anorexia, as semanas de moda se comprometeram em não contatar profissionais que tivessem IMC (índice de massa corporal) menor que o mínimo para ser considerado saudável (leia mais sobre IMC aqui ). Até acreditei nessa lenga-lenga. Fizemos matéria, apoiamos, acreditamos que algo estava mudando e, três anos depois, lá estão elas, mais magras do que nunca.
Acho que vocês vão concordam comigo – e com 99,9% dos meninos: ser pura pele e osso não é nem um pouco bonito (nem as roupas dos desfiles caíram bem. Os estilistas, que sempre defenderam modelos-cabides, estão reclamando que as meninas estão tão magras que é preciso disfarçar as pontas dos ossos com as roupas e fazer milhões de ajustes para o caimento ficar aceitável). E ainda por cima é um péssimo exemplo que podem fazer meninas como eu e você – saudáveis, coradas e bonitas – se sentirem gordas.
Eu sou a favor, vocês sabem, de comer saudável, de fazer ginástica, de se sentir bem. Mas não sou a favor dessa ditadura da magreza que castigam tanto essas meninas que mal saíram da adolescência.
O que a gente pode fazer contra isso?
Um beijo e aguardo sugestões.