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O atirador do Realengo foi vítima de bullying

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2016, 23h07 - Publicado em 18 dez 2015, 16h43

Imagem: Reprodução Veja.com.br – Homenagem no muro da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ)

“A luta pela qual (…) eu morrerei não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying .” A frase, retirada do discurso do atirador Wellington de Oliveira, gravado uma semana antes da tragédia do Realengo, confirmou a suspeita de que Wellington teria, sim, sido vítima de bullying . E que teria promovido um massacre na escola onde estudou justamente por ter sido zoado repetidamente por seus colegas naquele lugar.

O bullying, isoladamente, não pode ser apontado como a causa de uma tragédia como essa. Mas, infelizmente, está entre os principais fatores que levaram Wellingtom a cometer o massacre”, explica Lucia Helena Saavedra, psicóloga e psicopedagoga, membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia – seção Rio de Janeiro.

Impossível defendê-lo: por mais que possa ter sofrido, nada justifica que ele tenha “se vingado” atirando contra adolescentes que, assim como ele, não puderam se defender.

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E é por isso que CAPRICHO não podia deixar de retomar o assunto. O bullying – zoação e humilhações repetidas contra uma só vítima e sem nenhuma causa aparente – pode, sim, ter conseqüências extremas e muito graves.

No caso de Wellington, outro fator relacionado à saúde contribuiu para que ele cometesse os crimes. Portador de esquizofrenia – doença que pode provocar distorções na maneira como a pessoa enxerga e entende o mundo ao seu redor – sem tratamento, ele passou a isolar-se cada vez mais. A falta de apoio de amigos e familiares fez com que o problema ganhasse proporções ainda maiores. A ponto de ele ter planejado o massacre.

Não dá pra dizer que algo teria evitado essa enorme tragédia. Mas, se ainda é possível existir alguma coisa positiva disso tudo, é que precisamos, mais uma vez, reforçar o respeito ao próximo, o respeito às diferenças e assumir que todos temos responsabilidade para construir um futuro melhor. Diga não ao bullying .

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