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Jogadoras de time de futebol se vestem de homem para protestar

Por que só os garotos recebem total atenção dos responsáveis do clube, se as meninas também estão na disputa?

Por Marcela Bonafé Atualizado em 7 jun 2017, 13h09 - Publicado em 7 jun 2017, 11h28

Quantos jogadores de futebol você consegue nomear? E jogadoras? Provavelmente, você se lembrou de muito mais homens que mulheres, o que, infelizmente, é natural. Eles, hoje, ainda são ~mais levados a sério~ no esporte e ganham mais incentivo. Em protesto a essa grande diferenciação e contra o descaso que rola dentro do próprio clube, as meninas do time juvenil Sportivo San Lorenzo, no Paraguai, chamaram atenção no último domingo, 4, ao aparecerem vestidas de homens no jogo contra o Club Humaitá.

Facebook/Reprodução

Para buscar mais igualdade no tratamento que muitas jogadoras recebem no país, as jovens entraram em campo com barbas e bigodes estampados no rosto. “Diante da falta de apoio por parte do conselho diretivo do nosso clube, da não entrega da contribuição que a APF destina ao futebol feminino, da falta de campo para treinar, pelas promessas não cumpridas, decidimos nos vestir de homens, já que só eles têm total atenção dos responsáveis do clube“, escreveram na página oficial do time.

Além da caracterização, as jogadoras também estavam segurando cartazes de protesto. Frases como “nos vestimos de homens para que nos façam alguma coisa”, “esta direção não respeita acordos” e “temos os mesmos direitos”, por exemplo, destacavam a reclamação delas. Para completar, “Las Rayaditas”, como são chamadas as meninas do Club Sportivo San Lorenzo, ficaram sentadas no chão quando a partida começou.

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Também na página do Facebook, a equipe explicou que resolveu fazer isso pelo futuro de todas as meninas que têm o sonho de serem jogadoras de futebol. “Queremos ser tratadas com iguais, temos os mesmos direitos. Basta de discriminação. Exigimos o que nos pertence e ganhamos com nosso esforço no campo”, ressaltaram.

Facebook/Reprodução

Toda a questão começou porque, depois delas perderem uma rodada contra o Sportivo Limpeño, a direção do clube negou o uso do campo e, aparentemente, não repassou o dinheiro da Associação Paraguaia de Futebol para as meninas – e, consequentemente, elas não tinham como treinar.

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É triste ver que ainda estamos beeem longe da igualdade de gênero, não apenas no esporte. Mas iniciativas assim dão uma pequena esperança…

 

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